domingo, 14 de setembro de 2008

post chato

A calma pesa, assim como o auto controle. Ao menor sinal de perigo, jogamos ambos fora, como se fossem descartáveis. Descartáveis que são, os adquirimos novamente com o tempo, mesmo sabendo que serão eliminados em breve.

Quisera eu uma calma leve, de fácil transporte. A levaria a todos os lugares e ainda a exibiria me mantendo tranquila em um canto desfrutando dela. Impossível. Minha calma é das mais pesadas, sendo ignorada nos incidentes mais triviais e nas menores doses de álcool. Quando percebo já quebrei algo que estava em minhas mãos, chutei coisas e bati portas. No caso do consumo de bebidas, as reações podem ser das mais diversas.

Também não sou adepta da tensão desnecessária (em geral ela é guardada para quem eu sei que me perdoará dias depois, dando risada de mais uma das minhas piadas sem graça), preferindo um confortável e monótono meio termo e uma vida sem grandes emoções e cicatrizes, fadada à mediocridade. Não é de todo o ruim.

Mudaria se fosse possível, mas exigiria muito esforço e esforço é uma mentira que inventaram para que ninguém desista na primeira tentativa (ou mesmo antes dela). Continuarei apenas escrevendo medianamente textos cheios de vírgulas e gerúndios esperando que a vitória caia do céu sem bagunçar meu quarto nem me tomar muito tempo.

Avisei que esse post era chato, mas não sei o que culpar por isso. Talvez sejam os fones de ouvido tocando músicas sobre o vazio do ser criadas por homens de 30 anos que nunca tiveram um emprego de verdade. Talvez seja o fim de semana. Talvez seja a esperança. Talvez seja a falta dela.

Talvez eu assista uns desenhos animados pra melhorar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre vagabundas

Continuando o assunto "convivência", venho hoje falar sobre uma classe de pessoas que surgiu apenas com o intuito de atrapalhar o progresso da humanidade, provando que não estamos preparados para o uso da total capacidade de nossos cérebros: as vagabundas.

As vagabundas surgiram há mais ou menos 3 bilhões de anos atrás, quando uma ameba de gene vagabundo resolveu que não ia mais ficar pegando outras amebas e chamou outro ser unicelular na xinxa, dando origem a um novo tipo de ser vivo e posteriormente à evolução das espécies e seleção natural. Segundo a teoria criacionista, Eva era uma vagabunda que gostava de experimentar de tudo, inclusive maçãs.

Hoje em dia, as vagabundas não fazem mais parte da evolução, servindo apenas para que a indústria do funk fature bilhões anualmente, assim como a indústria de cosméticos, pois a mulherada precisa se arrumar para competir com elas Dessa forma, cada vez mais petróleo é consumido de forma inútil, o que inevitavelmente levará à destruição total da vida na terra como conhecemos. Ou seja, se hoje você precisa separar lixo para reciclagem ou evitar desperdício de energia e de materiais, é porque nos anos 80 as vagabundas foram responsáveis por uma gigantesca produção e consequente consumo de batons de cores berrantes e cintilantes.

Mas o que caracteriza uma vagabunda? Simples: vagabunda é qualquer mulher que não seja sua amiga e esteja presente no mesmo ambiente que você. É importante ressaltar que hoje em dia estar presente em um mesmo ambiente já não é um critério, pois a tecnologia se tornou grande aliada das vagabundas, principalmente depois da invenção do celular pré-pago.

Além disso, vagabundas se tornam vagabundas quando atrapalham a vida de alguém, não importanto como ou porquê. Elas não são apenas mulheres de baixo nível que dão em cima do seu paquerinha. Aquela menina que fura a fila do banheiro é uma vagabunda em potencial, assim como aquela que usa os peitos pra conseguir tudo o que quer na vida. Se você for uma mulher e falar mal desse texto, automaticamente se tornará uma vagabunda.

Convém ressaltar que a grande maioria delas não é vagabunda porque quer, se tornando quase que sem querer. A menina que furou a fila do banheiro pode não ter visto que já havia pessoas esperando, assim como a outra não tem culpa de ter seios. Você, leitora, pode ser vagabunda sem saber, assim como eu que escrevo posso ser uma vagabunda para os chefões da indústria de cosmeticos, pois denunciei que eles serão os responsáveis pelo apocalipse.

Sendo assim, pense melhor antes de chamar alguém de vagaba, isso dá a ela o direito de te chamar de vagaba também, criando duas novas vagabundas ao mesmo tempo. O mundo já está saturado dessa raça. Se você for dos que pouco ligam para o mundo e querem mais é que tudo se foda, chame a vagabunda do que quiser, e depois enfie a mão na cara dela. As não-vagabundas agradecem.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A legião da má vontade

Infelizmente nós, seres humanos normais, somos obrigados a viver em sociedade. Simplesmente não concordo com sociedades, acho uma perda de tempo, nascer, crescer, se reproduzir, trabalhar como um condenado e morrer, tudo isso poderia ser bem mais tranqüilo sem a “sociedade” (isso parece sabedoria de revolucionário que usa Nike). Afirmo também que não conheço nenhuma alternativa viável para o abrigo de mais de 6 bilhões de pessoas em um planeta relativamente pequeno, portanto, entro em contradição e acho que dividir o espaço disponível com o próximo é bacana (não havendo outra alternativa, claro).

Sendo assim, seria indicado que cada um fizesse sua parte para tornar o espaço mais agradável, evitando problemas, sujeira desnecessária, brigas de vizinhos e guerras mundiais, certo? Errado. Ninguém está nem aí para nada e as pessoas sempre acham que a culpa não é delas.

Até aí, tudo bem, cientistas de roupa branca e óculos explicam que nós somos animais, que é um instinto ancestral querer que o seu coleguinha se foda, é pelo bem da espécie e você pode se redimir de tudo isso comendo um Big Mac no McDia Feliz.

Logo, a falta de educação é ancestral. Lá em Neandertal a galerë resolvia tudo no tapa mesmo, as regras de convivência só surgiriam milênios depois. Mais tarde, depois de um cara ser pregado numa cruz por dizer que não seria ruim se as pessoas fossem legais umas com as outras, surgiu a historinha de se redimir pelos maus atos e ajudar a galerë de vez em quando. Mais tarde ainda surgiu o McDia Feliz, provando que ser legal é tendência pro verão 2009.

"lá em Neandertal, pra de tudo rolar"
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Mesmo assim, a evolução da espécie não foi de todo ruim . Quero dizer, prefiro fazer cara de “eu vi que você furou a fila, sua prostituta” pra uma senhora no supermercado do que ter que bater nela ou arrancar seu escalpe. Claro que isso não vale para pessoas mal educadas nos lugares errados, como meninas muito arrumadas ou com botas de rave em shows de rock reclamando do barulho e gente que grita e fala errado dentro de ônibus em viagens longas. Essas pessoas merecem ser oferecidas a deuses em rituais tribais, garantindo fartura e boa colheita para o resto da humanidade.

O jeito é ter paciência, ou ser dono da sua própria ilha.