terça-feira, 26 de agosto de 2008

caminhando e curtindo e seguindo a canção

Comprei um par de fones de ouvido. De qualidade bastante duvidosa, como muitas coisas em minha vida, mas comprei, pois com certeza o dinheiro que tinha em minhas mãos seria gasto de forma medíocre em outras ocasiões.

Encaixeio-os em meu mp3 e saí pela cidade. Os mp3 players são um dos maiores motivos de eu admirar a tecnologia atual. A possibilidade de andar ouvindo música por aí é um dos meus maiores motivos de andar por aí.

O sol foi batendo no rosto, as distâncias foram sendo vencidas, enquanto os Beatles diziam "come togheter". Continuei. Tinha várias coisas pra fazer, mas nada urgente. Gosto de "organizar" minhas tarefas de modo a ter várias coisas adiáveis pra fazer no mesmo dia. Não gosto das coisas urgentes.

Gosto também da sensação de estar separada do mundo, que é proporcionada apenas pelo uso de bons fones de ouvido (ou de um carro blindado, dependendo da sua vontade de estar separada), da sensação de que posso mandar em alguma coisa, nem que seja no som que escuto.

Infelizmente, fones de ouvido são produtos muito, muito fracos, que levarão à inevitável escravização da população mundial, mas o assunto não cabe ao post.

Estendi um pouco o percurso, sem fones, mas ouvindo as risadas de gente engraçada e as propriedades e características da cerâmica. Cheguei em casa e o carro de som do "Kiko, um vereador para chamar de seu" passando na rua me lembrou que não, eu não mando em nada.

Senti falta de um carro blindado.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

As olimpíadas acabaram, uma pena. Achava interessante ligar a TV aleatoriamente na madrugada e assistir às finais emocionantes de algum esporte esquisito. Gostava também de quando as ginastas caíam durante a prova e saíam chorando, mas admito que isso é maldade.

Não sou do mundo dos esportes, se fosse estaria nesse momento correndo como uma maluca atrás de uma bola ou de algum maratonista africano que com certeza ganharia de mim, e não escrevendo um blog em português legível .

O que me incomoda em olimpídas, além do Galvão Bueno e das calças de Tactel é o tal do espírito olímpico, aquela coisa que faz todo mundo ser muito legal por duas semanas e bater palmas para o último colocado de qualquer prova. Durante os quatro anos seguintes esse espírito não terá função nenhuma, vagando por aí junto com o espírito de porco.

"O atleta se desequilibrou, palmas pelo esforço" vira "Galerëë, o china caiu, HAHAHAH!" em pouquíssimo tempo

Convém lembrar que só atletas merecem esse respeito momentâneo. Quero dizer, ninguém bateu palmas para mim quando fui reprovada em vestibulares, cheguei atrasada em aulas ou perdi qualquer coisa não esportiva em minha vida. Ainda bem. Se eu tivesse praticado essas mesmas ações vestindo um maiô colorido e virando piruetas, com certeza seria ovacionada.

Mas isso é apenas implicancia minha. Se as pessoas realmente gostam de correr atrás de bolas e pessoas, que façam isso, divirta-se, ganhem todas as palmas e medalhas do mundo. E que ninguém tenha a idéia de trazer o espírito olímpico para o dia-a-dia, eu não saberia conviver com isso.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O porco pirata e sua morte vã

Até ontem eu tinha um cofrinho. Desses bem normais e baratos, plástico injetado lembrando a forma de um porquinho. Era vermelho e tinha o desenho de um tapa olho, pois meses atrás perdi o adesivo que representava seu olho esquerdo. Depois do tapa olho o animal ganhou ainda um sorriso feito a caneta, grande e cheio de dentes, parecia estar sempre muito feliz por carregar as moedas que me davam de troco.

Ontem, matei-o, com golpes de estilete que lhe abriram um buraco na região onde estaria sua bunda. Sim, ataquei pelas costas, mas foi preciso, pois não o mataria caso visse seu sorriso.

Depois dos golpes desferidos, retirei seu conteúdo (as moedas) e o fechei, encaixando delicadamente sua 'bunda' no resto do corpo (com muita fita adesiva, aliás). Quase um Frankenstein de plástico injetado. Vi que o tinha matado e que não poderia fazer mais nada. Lembrei em seguida que era só uma peça de plástico muito barata que não poderia sentir dor ou ter qualquer sentimento e comecei a contar as moedas.

Percebi então que o animal morreu em vão, nem a conta de energia ele poderia pagar. Gastei seu conteúdo com um ingresso de show para o fim de semana e guardei o resto para as eventuais cervejas tomadas durante o evento.

Lembrarei dele a cada gole, grande porco.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Editora comemora dez anos do lançamento de Harry Potter

Li isso hoje no Omelete. De repente ficou tudo estranho, tive um espasmo e lembrei de um dia, mais ou menos dez anos atrás, em que uma criança de mais ou menos dez anos muito culta lia a crítica de Harry Potter e a Pedra Filosofal no Caderno 2 do Estadão e imediatamente começava a procurar moedas para comprar seu exemplar.

Pra explicar, eu tava lendo os quadrinhos e só parei ali por causa da imagem da capa do livro. Até essa época eu era uma criança bem normal, só mais tarde as coisas ficaram malucas.

Depois do episódio das moedas (livros eram baratos dez anos atrás, lembro de ter pago uns 15 reais por ele) decidi que aquilo era legal e que não poderia viver enquanto Voldemort voasse andasse por aí.

Durante anos o episodio das moedas se repetiu a cada lançamento (mas com o passar dos anos foi preciso cada vez mais moedas), Harry estava crescendo e se tornando um homenzinho! Pegou a chinezinha, bateu nuns monstros, descobriu um monte de bafos do mundo dos bruxos fodões e não trocou de óculos!

Tudo ia muito bem, até que os pais acharam que seria legal seus filhos se interessarem por livros e que a história de um bruxinho órfão camarada que luta contra o mal seria um bom começo. Assim sendo, o nível intelectual dos livros e dos leitores baixava cada vez mais e Harry Potter não estava muito diferente de Chiquititas Carrossel Malhação algum programa infanto juvenil.

Pra falar a verdade, não sei exatamente quando isso começou, mas de um dia pro outro eu percebi que tinha passado dessa fase e saí pra beber, praticar vandalismo me divertir com a galerë.

Oi, meu nome é Laura e a uns quatro anos eu não leio livros sobre bruxinhos orfãos!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

eu sei escrever

Sim, eu tenho um blog e este é seu primeiro post.
Em geral odeio esses 'posts de abertura de blog', mas não gostar não significa que não faz sentido ou mesmo que eu não usaria.

Criei o blog não pra fazer amigos, me tornar influente com posts perspicazes ou nada, mas pela estranha impressão de que as pessoas não têm muita paciência para minha carga de conhecimentos inúteis sobre cidades do interior, acontecimentos do esporte, instrumentos de sopro, super heróis com problemas psicológicos ou qualquer outra informação que possa fazer com que um indivíduo seja mal visto em uma rodinha de amigos.

Em um blog existe ao menos a opção de não ler.



obrigada a quem leu, volte sempre.
ouvindo: música maluca