sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O porco pirata e sua morte vã

Até ontem eu tinha um cofrinho. Desses bem normais e baratos, plástico injetado lembrando a forma de um porquinho. Era vermelho e tinha o desenho de um tapa olho, pois meses atrás perdi o adesivo que representava seu olho esquerdo. Depois do tapa olho o animal ganhou ainda um sorriso feito a caneta, grande e cheio de dentes, parecia estar sempre muito feliz por carregar as moedas que me davam de troco.

Ontem, matei-o, com golpes de estilete que lhe abriram um buraco na região onde estaria sua bunda. Sim, ataquei pelas costas, mas foi preciso, pois não o mataria caso visse seu sorriso.

Depois dos golpes desferidos, retirei seu conteúdo (as moedas) e o fechei, encaixando delicadamente sua 'bunda' no resto do corpo (com muita fita adesiva, aliás). Quase um Frankenstein de plástico injetado. Vi que o tinha matado e que não poderia fazer mais nada. Lembrei em seguida que era só uma peça de plástico muito barata que não poderia sentir dor ou ter qualquer sentimento e comecei a contar as moedas.

Percebi então que o animal morreu em vão, nem a conta de energia ele poderia pagar. Gastei seu conteúdo com um ingresso de show para o fim de semana e guardei o resto para as eventuais cervejas tomadas durante o evento.

Lembrarei dele a cada gole, grande porco.

Um comentário:

Samia disse...

Imaginei essas descrições lindamente(apesar do porco regaçado) e com um final triunfante :D!!!!
Por essas e outras q ainda sou capitalista XD, show com amigos é viver ;D