quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A legião da má vontade

Infelizmente nós, seres humanos normais, somos obrigados a viver em sociedade. Simplesmente não concordo com sociedades, acho uma perda de tempo, nascer, crescer, se reproduzir, trabalhar como um condenado e morrer, tudo isso poderia ser bem mais tranqüilo sem a “sociedade” (isso parece sabedoria de revolucionário que usa Nike). Afirmo também que não conheço nenhuma alternativa viável para o abrigo de mais de 6 bilhões de pessoas em um planeta relativamente pequeno, portanto, entro em contradição e acho que dividir o espaço disponível com o próximo é bacana (não havendo outra alternativa, claro).

Sendo assim, seria indicado que cada um fizesse sua parte para tornar o espaço mais agradável, evitando problemas, sujeira desnecessária, brigas de vizinhos e guerras mundiais, certo? Errado. Ninguém está nem aí para nada e as pessoas sempre acham que a culpa não é delas.

Até aí, tudo bem, cientistas de roupa branca e óculos explicam que nós somos animais, que é um instinto ancestral querer que o seu coleguinha se foda, é pelo bem da espécie e você pode se redimir de tudo isso comendo um Big Mac no McDia Feliz.

Logo, a falta de educação é ancestral. Lá em Neandertal a galerë resolvia tudo no tapa mesmo, as regras de convivência só surgiriam milênios depois. Mais tarde, depois de um cara ser pregado numa cruz por dizer que não seria ruim se as pessoas fossem legais umas com as outras, surgiu a historinha de se redimir pelos maus atos e ajudar a galerë de vez em quando. Mais tarde ainda surgiu o McDia Feliz, provando que ser legal é tendência pro verão 2009.

"lá em Neandertal, pra de tudo rolar"
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Mesmo assim, a evolução da espécie não foi de todo ruim . Quero dizer, prefiro fazer cara de “eu vi que você furou a fila, sua prostituta” pra uma senhora no supermercado do que ter que bater nela ou arrancar seu escalpe. Claro que isso não vale para pessoas mal educadas nos lugares errados, como meninas muito arrumadas ou com botas de rave em shows de rock reclamando do barulho e gente que grita e fala errado dentro de ônibus em viagens longas. Essas pessoas merecem ser oferecidas a deuses em rituais tribais, garantindo fartura e boa colheita para o resto da humanidade.

O jeito é ter paciência, ou ser dono da sua própria ilha.

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa.
Primeira vez que leio seu blog, gostei, voltarei sempre aqui. :D

joaoluis disse...

Muito bacana! talvez essa seja a maior contradição de todas: seis bilhões de egoístas tentando viver em sociedade, porém, sem deixarem de ser egoístas... o resultado é o que você escreveu aí!