quarta-feira, 3 de março de 2010

post das galáxias

Quem não me conhece pessoalmente ou apenas não passou mais de sete minutos comigo em um ambiente sem muitas coisas que possam me distrair pode não saber, mas eu sou uma mochileira das galáxias. Por mais que seja ridículo admitir, tenho o costume de sair com uma toalha na bolsa (as vezes no pescoço) aos dias 25 de maio. Confesso ainda que em um dia de muita bebida e confusão cheguei a fazer um sinal com o dedão para uma coisa que passava no céu. Por sorte poucas pessoas presenciaram, mesmo assim, também estavam em situação de bebida e confusão, tendo as mesmas feito o sinal gratuitamente e sem medo de serem felizes.

E? Bom, esse post se basearia em uma passagem de um dos livros da série O Mochileiro das Galáxias, mas minha mania de enrolar e dar voltas galáticas pra me concentrar em um assunto ou apenas ilustrá-lo me fez vir até esse ponto, onde o texto perde totalmente o sentido, como se fosse uma rã atingida por veneno de latinha (só pra constar, meu amigo Jack matou uma rã com veneno de latinha anos atrás e eu ainda acho isso um absurdo). Minha mãe já me alertou para essa mania, dizendo que isso pode ter vindo do meu primo Augusto, que sempre se perde ao contar histórias e hoje é conhecido como Banana e tem uma filha linda.

Voltando ao livro, lembrei essa tarde de uma passagem na qual Fenchurch, a preferida, conta sobre sua infância e um quadro cheio de animais felizes que decorava seu quarto. O tal quadro trazia um punhado de animais em vestes vintage comemorando alguma coisa estúpida sobre uma balsa, talvez o fim de uma versão resumida daquele dilúvio de 40 dias e 40 noites ao qual só sobreviveram os animais da arca e as pombas (que depois migraram para o Brasil com o objetivo de me incomodar). O estranho do quadro era a presença de uma marmota/morsa/capivara (não sou bióloga e estou com uma preguiça fenomenal de procurar o fato no livro), o animal se encontrava sozinho dentro da água, na frente da balsa com uma expressão de sofrimento (talvez eu tenha inventado essa parte). Durante toda a infância, a pequena Fenchurch teve toda a certeza de que o pequeno animal desconhecido era o responsável pelo movimento da embarcação. Além do fato de ser uma criança estranha, ela teve que conviver com o sofrimento daquele pequeno ser guiando um pedaço de madeira cheio de animais pesados em trajes vintage.

Fenchurch sentiu a dor do animal (que daqui em diante chamaremos de Morsa, ainda que a mesma não tenha mais uma grande presença até o final do texto), até o dia em que um pequeno milagre aconteceu: a criança percebeu a existência de uma pequena vela na balsa, o que faria a mesma se movimentar e deixaria a Morsa livre para se divertir pela água com seus trajes vintage. O fato esteve ali o tempo todo, só não recebeu a devida atenção. Uma vez percebida a vela, o sofrimento de todas as partes envolvidas foi embora como se nunca houvesse existido.

Sei que essa passagem do livro marcou minha vida (assim como uma outra que explica como conjugar verbos em viagens pelo tempo, que estaria fosse sendo demais) e que mais uma vez minha mania de me perder por assuntos voltou. Tive que contar toda uma história de vida apenas pra dizer aqui, no fim do post, que hoje a tarde, passando por uma avenida movimentada, pude ver a vela da balsa. Não que me trouxesse muitas respostas nem que tenha levado todo o sofrimento embora, mas já é alguma coisa.

Enfim, espero que você, leitor, não tenha perdido nada de interessante pra ler esse texto.

4 comentários:

baioni disse...

Pobre capimorsa! Que bom que vc pôde perceber que elas estão cobertas de merda porque gostam. A Maíra então, juro, não está sofrendo. Aquilo no rosto dela é um sorriso.

Photocorporate disse...

não era uma lontra?

ana guadalupe disse...

oi laura! "demorei mas cheguei". tava respondendo comentários antigos e achei o seu, agora vi que te conheço do twitter. seu blog é legal; lerei com mais calma!

Rosana disse...

Gosto de ler textos tipo "fluxo de raciocínio". Me identifico.